quarta-feira, 29 de junho de 2011

Projeto adotado em Canoas serve de modelo para reforma do magistério no Estado




Aumentos salariais para professores integram a proposta.
Ao voltar de sua viagem pelo Exterior, dia 12, o governador Tarso Genro vai estudar um projeto que prevê aumentos salariais mais frequentes para professores que somarem pontos ao atingir metas de qualidade. Elaborada por seu ex-assessor no Ministério da Educação e atual prefeito de Canoas, Jairo Jorge, a proposta estabelece objetivos como reduzir a evasão escolar, comparecer a reuniões pedagógicas, não faltar ao trabalho mais de 10 dias por ano e manter uma relação cordial com alunos e familiares.
O projeto que agrada a Tarso
Tarso, que aproveitou a passagem pela Coreia do Sul para analisar o exemplar sistema de ensino do país asiático, deverá conhecer outra experiência inovadora. O governador pediu pessoalmente ao prefeito de Canoas, durante audiência há cerca de 20 dias, informações sobre o novo plano de carreira do magistério da cidade.
O principal pilar do projeto, aprovado em janeiro pela Câmara Municipal, é premiar os professores com base no mérito.
Jairo Jorge entregará ao governador um documento de cinco páginas. Trata-se de um resumo, chamado nota técnica, sobre a nova carreira dos professores municipais. O modelo foi aprovado após 46 reuniões envolvendo 1,1 mil educadores.
No projeto, os professores avançam no plano de carreira e recebem aumentos salariais quando atingem metas preestabelecidas.
Cada meta total ou parcialmente atingida ao longo de três anos equivale a um determinado número de pontos. Se os educadores somarem no mínimo mil pontos, são promovidos. É o que se convencionou chamar de meritocracia.

 O PROJETO QUE AGRADA A TARSO
O novo plano de carreira dos professores municipais de Canoas, aprovado pela Câmara de Vereadores em janeiro e que inspira Tarso Genro, valoriza o mérito em duas frentes. A primeira se refere à formação, concedendo aumentos salariais a professores com especialização, mestrado e doutorado. A outra estabelece pontos para professores que atingirem metas. É promovido o profissional que, em três anos, atingir entre 1 mil e 1,2 mil pontos. Confira ao lado itens do projeto:
Formação e títulos
O professor é obrigado a ter curso superior – no modelo estadual, basta o magistério. Ganha 10% de aumento quem tiver especialização.Se este curso for sugerido pela prefeitura (que bancará os estudos em parceria com universidades), o aumento será de 20%. Professores com mestrado recebem 30% mais mas, se o mestrado for em áreas escolhidas pela prefeitura, o acréscimo é de 40%. Quem tiver doutorado recebe 45% de aumento – ou 50%, quando a prefeitura decidir o curso.
Tempo de serviço
No modelo estadual, o Cpers nunca aceitou mexer na questão dos triênios (bonificação salarial a cada três anos de trabalho), que no projeto valem muito menos. Três anos de serviço correspondem a 120pontos – e um professor precisa atingir no mínimo mil pontos para receber uma promoção. Na prática, para ganhar um aumento salarial apenas com tempo de serviço, são necessários, no mínimo, nove anos de trabalho.
Qualidade do ensino
O professor define com o diretor, no início do ano letivo, um “plano individual de trabalho” com metas a serem atingidas. A prefeitura sugere algumas metas: reduzir a evasão escolar da turma em 10%,  participar de 90% das reuniões pedagógicas, notificar a diretoria em caso de alunos com cinco faltas consecutivas, diminuir em 10% a reprovação. A escola precisa subir de posição no Índice de  desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Quem atingir tudo, em três anos, ganha 480 pontos.
Postura profissional
Reclamações sobre eventual falta de cortesia por parte do professor no trato com alunos e funcionários são compiladas por supervisores e orientadores educacionais. Quanto mais citações ele tiver, menos pontos recebe – caso sinta-se perseguido, pode recorrer ao Núcleode Gestão de Carreira, formado por sindicalistas, professores e membros da prefeitura. Participar de seminários promovidos pela escola também conta pontos. Em três anos, um professor pode atingir até 120 pontos.
Assiduidade
No intervalo de um ano, quem comparecer ao trabalho por um período de 200 dias ou mais será beneficiado. Quem tiver menos de 170 dias de frequência não ganhará pontos para ascender na carreira. Um professor com assiduidade máxima  ganhará em três anos 360 pontos. Outros 120 pontos, nesse mesmo intervalo de tempo, ainda podem ser obtidos com participação em eventos, pesquisas e publicação de artigos científicos.
Para melhorar o clima nas escolas
-Quando você faz uma prova ou responde às perguntas do professor,
você está sendo avaliado.
- Essa avaliação serve para que os professores e seus pais saibam
o quanto você está conseguindo aprender, e em quais matérias deve melhorar.
- O governo do Rio Grande do Sul está pensando em alguma forma
de avaliar também os professores.
- Dessa forma, seria possível premiar quem é mais preparado e
melhorar a formação de quem não está tão bem. Assim, seria possível melhorar a qualidade das aulas.
-Alguns professores, porém, não querem ser avaliados. Consideram
que isso iria provocar uma competição entre eles e prejudicar o clima nas escolas.

 FONTE: *marcelo.gonzatto@zerohora.com.br / paulo.germano@zerohora.com.br
Educação | 01/06/2011 | 03h58min

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