Paulo Ritter, filho de pequeno comerciante do bairro Mathias Velho. Trabalhou com sua família no comércio até o final da Universidade, onde cursou Sociologia. Três livros influenciaram na sua formação teórica inicial: Os Manuscritos Econômicos e Filosóficos do jovem Marx, O Contrato Social de Rousseau e de Erich From, Ter ou Ser. Bibliografia que nortearia sua visão de mundo cada vez mais voltada para o outro e suas diferenças e necessidades.
Iniciou sua militância política e comunitária na década de oitenta. No movimento comunitário participou ativamente nas lutas pró-calçamento no bairro Mathias Velho. Neste tempo, já se vivia uma marca do nosso município: deficitário de estruturas urbanas básicas. Neste bairro popular, como muitos na cidade que se expandiram rapidamente para atender um ágil crescimento urbano, para fins de moradia das classes populares, vivia-se entre o barro no inverno e a poeira no verão. Exclusão econômica, social, política, cultural e territorial, cidade marcada por seus muros, visíveis e invisíveis, cortada, por exemplo, pela BR116 e TRENSURB.
Em 1985, engajou-se na campanha do petista Jairo Jorge e Judith a vice-prefeita. Foi sem dúvida uma eleição histórica, pois ilustrou dois movimentos: por um lado, Canoas como Área de Segurança Nacional assim como as Capitais, tendo sua última eleição ocorrida em 1963; segundo, volta à cena pública os movimentos populares, situação relevante em uma cidade hegemonizada pelo partido de sustentação militar: o PDS. O próprio slogan da campanha dos petistas traduzia este fato histórico: "O que pinta de novo é a força do povo."
Em 1986, filia-se ao PT e junto com outros militantes cria vários núcleos petistas na região. Neste ano, também é um dos coordenadores da campanha de Jairo a Deputado Estadual, e do atual Governador Tarso Genro a Deputado Federal.
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